Pesquisadores publicaram, recentemente, no Diabetes Care, um estudo em que investigaram prospectivamente, em pacientes hipertensos com diabetes tipo 2, se o tratamento com mais de um anti-hipertensivo antes de dormir exerce melhor controle pressórico e redução do risco cardiovascular que o tratamento convencional, em que todos os medicamentos são ingeridos pela manhã.
Foi conduzido um estudo prospectivo, randomizado, aberto, com desfecho cego, com 448 pacientes hipertensos com diabetes tipo 2, sendo 255 pacientes masculinos e 193 pacientes femininas, com média de idade = 62,5 + 10,8 anos, randomizados para tomar os anti-hipertensivos após acordar ou mais de um deles antes de dormir. A pressão arterial ambulatorial foi medida por 48 horas em momento basal e novamente anualmente ou mais freqüentemente (quatro vezes) após ajustes do tratamento.
Após mediana de acompanhamento de 5,4 anos, pacientes que tomaram um ou mais anti-hipertensivos antes de dormir apresentaram risco cardiovascular significativamente menor (ajustado por idade e sexo) que pacientes que tomaram todos os medicamentos após acordar. A diferença entre grupos no risco ajustado de eventos principais (óbito por doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico) também foi estatisticamente significativa. Pacientes tratados antes de dormir apresentaram pressão arterial média significativamente menor no sono e prevalência maior de pressão arterial ambulatorial controlada. Houve redução significativa do risco cardiovascular de 12% para cada diminuição de 5 mmHg na pressão arterial sistólica no adormecimento durante o acompanhamento.
Os pesquisadores concluíram que, entre pacientes com diabetes, o tratamento com um ou mais anti-hipertensivos antes de dormir, comparado a tomar todos os anti-hipertensivos logo após acordar, resultou na melhora do controle da pressão arterial ambulatorial e reduziu significativamente a morbimortalidade cardiovascular.